Por que você acha que existia tanta sujeira nos cortiços e nos negócios de frigoríficos?

A existência de tanta sujeira nos cortiços e frigoríficos pode ser atribuída a vários motivos naquele período:

1. Saneamento deficiente:
Os prédios residenciais e os frigoríficos estavam frequentemente superlotados, mal ventilados e careciam de medidas de saneamento básico. Sistemas inadequados de eliminação de resíduos, esgoto transbordante e a presença de vermes, como ratos, contribuíram para o acúmulo de sujeira e lama.

2. Imigração:
Durante esse período, houve um fluxo significativo de imigrantes em cidades como Nova York, em busca de melhores oportunidades. Muitos destes imigrantes viviam em cortiços lotados devido às opções limitadas de habitação e às restrições financeiras. A falta de infra-estruturas adequadas para apoiar a crescente população exacerbou ainda mais as más condições sanitárias.

3. Industrialização:
A rápida industrialização e expansão da indústria frigorífica levaram ao aumento da produção, processamento e transporte de carne. Isso contribuiu para o acúmulo de subprodutos animais, resíduos e sangue dentro e ao redor dos frigoríficos, criando condições insalubres.

4. Falta de regulamentação:
No início do século XX, havia regulamentações governamentais e supervisão insuficientes em relação aos padrões de habitação e segurança alimentar. Isso permitiu que proprietários e frigoríficos priorizassem os lucros em detrimento da saúde e do bem-estar dos inquilinos e trabalhadores.

5. Desigualdade Social:
As comunidades pobres e da classe trabalhadora que muitas vezes ocupavam cortiços e trabalhavam em frigoríficos enfrentavam desafios sociais e económicos significativos. Tinham acesso limitado aos recursos, ao poder político e aos meios para melhorar as suas condições de vida e de trabalho. Essa disparidade contribuiu para a persistência da sujeira nesses ambientes.

O efeito combinado destes factores resultou na acumulação de imensa sujeira, condições insalubres e riscos generalizados para a saúde nos cortiços e na indústria de frigoríficos, atraindo a atenção de jornalistas e reformadores da Era Progressista.